quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Vamos à sensação!



À Espera, de Milt Kobayashi
Estar 'esperando' não me parece o mesmo que estar 'à espera'.
Estar à espera é aguardar algo que pré-visualisamos, mas não temos certeza se ocorrerá nas nossas circunstâncias; é um esperar para qualquer momento, esperar uma surpresa, é o sentir empiricamente a espera, a chegada. Já o estar esperando é previsível, certo, é estar somente esperando - já há um fato - acontecer o que já sabíamos, diga "Estou esperando" e em seguida "Estou à espera", oh, quanta diferença, quanto de espírito ganhamos na segunda vez!
É preciso desejar para estar à espera, é preciso imaginar, criar, ter a ilusão de um futuro arrebatador. Por que estamos à espera? Por esperança de dias, momentos perfeitos? (Não, definitivamente!) Não queremos saber quando e como e onde; queremos que ocorra, e quanto mais inusitado, quanto mais desvirtuado do caminho, mais nos entregamos, mais queremos nos envolver, entender, esperar para sentir. O estar à espera tem um gosto, toque mais sensível do que a consumação.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Como a cidade não me diz nada.


Afinal, onde é Pasárgada?
Sinais?
Onde? Um sinal? Como tudo está embaçado!
Tudo bem, o rei não vai querer uma mulher em meu estado, nem eu "quererei" a ele em meu estado, estou prestes a recusar Pasárgada? Que desvario, não estou, voltemos. Alguém pode fazer um sinal, mostrar a estrada?
"A realidade é uma ilusão causada por falta de drogas!"

Não sei quem o disse, mas estou inclinada a acreditar por pura pirraça moral ou mesmo porque crenças nos vem ao acaso, sem explicações.
Mas não é crença, enfim, só achei divertido, valia a pena citar a máxima! (:

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Bem guardada

Agora, está pronta?
Sente-se melhor?
Pois não reaja, é tudo certo
Tudo para o seu bem
E se achar que não
Está sem condições
Alego tudo, quero seu bem
Nota a proteção, não é digna?
Excelente, pode entrar
Entre, sim, estou aqui
Eu não, não posso
Penso em você
Por favor, não quero ser rude
É para ti, sim, tudo
Sim, é quente
Nada falta
Exceto janelas
Mas quem precisa de vista?
Há aqui o melhor
Sossegue, pois.

domingo, 1 de novembro de 2009

Porque estou tocada, estou inclinada a viver com menos pudor, ser menos ‘trovadora’ e mais estupor! Queria muito poder dizer isso ao meu amigo particular, à minha consciência concupiscente. Talvez a paz de espírito esteja melhor inserida nas aquisições a curto prazo que nas longas, talvez, não há mais que minha falta de humor para a piada repetida, mas como isso me alegra, como estou mais coesa com meu escárnio sem precedentes.
Não pensei em escrever, mas sentei-me aqui e estou tão confortavelmente sentada que minha mente não pensa, escreve, e eu que não sabia que as mentes se correspondiam eletronicamente, na varanda, nas pontes, mas não sinto ser tarde para uma escrita menos hermética, não sinto que duas semanas são pouco, não é fácil lidar com a desestrutura alheia, mas por que não? Por que não dizer sim a tudo, todos, aos bailes, aos vestidos guardados. Não usarei reticências, pois prefiro completar tudo, prefiro ligar, chamar a ser passiva e me desesperar com a não-correspondência, prefiro ser mais forte e dar a cara a tapa, pois o tapa pode não só deixar o vermelho como também a inspiração para jogar-me ao vento do meu desejo, das minhas cartas não escritas, não entregues, não pensadas.

(esboço)

Sob a luz do teu Hall

O vermelho das espáduas ao sol
É risível tua falta de tato
Não jogas, não choras, nem...
Onde está Clarissa?
O tempo de tuas iminentes explosões
Oh, onde estão os cadernos?
Levá-los-ei, são antes da doença
E, olhas, não há mais excessos
Nem cantos, nem sangue
Como aqui é vil, pusilânime
Esconde-te de teus brios
De tuas vontades, teus gritos
Nem ar há! O que, a que, aspiras?
Meu colo não possui tuas marcas, não mais
Aposto como dói, deveria arder
Viver, ah, não foi viver, doença, diga!
Tua amante dos escarlates dias
De tua madura escolha de dias curtos
E não possuías essas cãs, esses gatos
Retrocesso, obscurantismo,
Luz vermelha, mal o vejo, querido
E parei para rever-te, eis tudo
Apague a luz se quiser

domingo, 25 de outubro de 2009

Terceirão

Para quem não me identificou, sou a garota de verde com longas melenas castanhas.
Bem, meu terceiro ano tem sido maravilhoso, meus colegas, amigos, meus professores foram tão importantes na minha formação que acho que acabo de me descobrir de um jeito novo, leve e mesmo mais forte no fim dessa etapa. Terceirão, Terceirão de João, Renan, Ana Luíza, Isabella, de muitas mãos estendidas, de sentimentos confusos e de vidas se encontrando, unindo, formando e separando, bem, como estamos??? Acho que estamos juntos (de formas diferentes, de formas absulutamente enigmáticas algumas vezes) e eis a importância dessas pessoas em minha vida!
(Foto de nostalgia precoce!)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Por onde começar? Que sensação ruim, desconfortável a de perceber que não era isso mesmo, que você se confunde mais do que uma criança em uma aula de fisiologia. Estou redescobrindo algo em meus momentos, momentos para comigo, e não fui eu quem me dei o privilégio e sim um fator externo, uma outra consciência, talvez seja só minha vulnerabilidade, porque pareço sempre estar descobrindo que estou vulnerável. Bem, vulnerável e vestida como Penélope Cruz, não há quadro tão enfadonho... Estou pensando em largar definitivamente esse computador, e largar metade de mim, mas ainda me falta um resquício da coragem que guardo para momentos especiais, decisivos. Tomo o café agora e tudo parece amargo, talvez seja dessa forma, o amargo que vira doce ao se ficar desperto a noite, ao se ter ânimo para algo mais, mais de mim não posso hoje, espero que as pessoas não se exijam tanto, estou cansada de reclamações, e claro, me compadeço um pouquinho por elas, delas, com elas, mas não me exijam mais também.

domingo, 18 de outubro de 2009

Espada, do amar e 'acordar'



'Para viver um grande amor, primeiro
É preciso sagrar-se cavalheiro
E ser de sua dama por inteiro
Seja lá como for
Há de fazer do corpo uma morada
Onde clausure-se a mulher amada
E postar-se de fora com uma espada
Para viver um grande amor'


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Nietzsche's birthday!


"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras"
Friedric W. Nietzsche

"Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas"
Friedric W. Nietzsche

"Torna-te aquilo que és"
Friedric W. Nietzsche


Hoje é aniversário do Nietzsche, um homem que não conheci, de fato, mas quantos homens não são mais responsáveis pelo que nos tornamos e somos do que nossa influência mais concreta, como mesmo nossos pais?


Nietzsche é meu guia espiritual, Nietzsche é minha influência mais densa, mais coesa, mais próxima de cada toque que dou a um texto, aos meus pensamentos, às minhas aspirações. Não sei fazer uma homenagem que faça jus à figura e ao legado desse Filósofo que por ser póstumo sempre soube que seria acolhido por alguns de nós, que teria em nós o cerne, a perpetuação de seus objetivos, das suas relativas verdades, da sua moral que nem mesmo deve ser denominada assim. Não digo que não haja falhas em sua escrita, que não haja falácias de alguma forma, mas há acima de tudo arte, talento, busca pela verdade, por abrir olhos, por livrar quem quer ser livrado da moral de rebanho, dos pensamentos mesquinhos, das imposições sem sentido. Nietzsche poderia ter sido um revolucionário se a saúde e vida pessoal tivessem sido mais agradáveis, menos duras, mas não há como fazer suposições, pois se algo fosse diferente talvez tudo nele também houvesse sido, talvez a sua doença providencial tenha sido o que de fato ele obteve de mais extraordinário da natureza, talvez ele a tenha esperado, pedido para que chegasse o quanto antes, pelo tempo necessário, até que concebesse Zaratustra, Humano demasiado Humano e outras relíquias...


Nietzsche, Nietzsche das interpretações, Nietzsche do pensamento vivo em mim, bravo(!), caro amigo bigodudo!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Da manhã e do encontrar-se

Manhã da manhã certa ao meu resplendor renovador, encorajador, apurador do arpoador. Sinto e quase vejo a luz, vejo a luz agora, falta-me ver olhos, mas posso encontrá-los no reflexo do óxido de prata. É tão certo que a vida em derredor possa ser simplesmente ausência de vida, tão certo que entrego os pontos às vezes. Agora estou notando algo, passo maquiagem para escrever, o batom carmim aqui está e meus olhos estão delineados, talvez eu esteja furiosa de alguma forma e não possua talento, me tomaram ontem por uma revolucionária sem premissas, eu me tomei, é meu o termo, mas acredito que ele o fez melhor. Não queria referir-me à uma pessoa que conheço há pouco, mas não irei refrear-me hoje, talvez a leitura desperte algo de infinito em algum objetivo.

Quais são as metas mais saudáveis para o ano? Esse pequenino menino que mal aparece já foge, é um menino, o Ano nunca será uma menina, não há recatamento suficiente, é sempre, tudo, sempre escancarado, sempre ironias tolas que levantam seu próprio ego. Não há meninas assim, valham-me as ciganas como prova, elas podem dizer quase tudo do quase, intensamente.
Não consigo resolver-me e mudá-lo, não consigo agir sem notá-lo, acho excelente ter uma boa conversa, mas desgasto-me por vezes, quase perco a cor, quase, quase... É sempre a iminência de um acontecimento, e ser hermética não é ser erudita, eis a parca filosofia por detrás das escolas literárias.
Acho que seguir, simplesmente seguir sem procurar mudar, sem olhar os atalhos, as encruzilhadas, é querer viver, mas é ainda não notar que se é onisciente a qualquer momento e não só no início do plano.

P.S.: Escrevi isso nessa manhã, ao acordar, antes de ter tido uma palavra com alguém e agora relendo acho que tudo cabe no meu dia, nas minhas discordâncias e concordâncias. Mudei alguma coisa em mim depois de hoje.
Viver é um fenômeno psicológico.

domingo, 11 de outubro de 2009

Árvore de frutos!


Acho que quando não se tem medo do ridículo, quando se deseja fazer um mundo melhor ou só uma existência própria mais feliz, não se perde... Ser sozinho não é ser sozinho, ser sozinho é ter liberdade para ser você mesmo. (O ser sozinho é um estar sozinho, nada 'é' de fato, e de todo!)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

But pieces of what?

Livros não lidos medem tempo. Talvez não meçam tanto, mas medem culpa.
O acaso, sem tradução para o Espanhol, como pude constatar, me pega sutilmente em momentos clichês, pois são surpresas previsíveis após algum histórico de idas ao cinema.
Espero ser coerente a partir de agora. A música francesa é boa, desde que cantada em Inglês e os verões nunca são como os meus verões, verões com sol e sem brilho, mas não reclamo. Às vezes julgo ser recompensada ou punida pelo acaso de acordo com minha postura espiritual, acaso que persegue não é acaso, não consigo simplesmente ser clara quando tento deixar concreta uma sensação. Quantos fragmentos não deixo em cada frase? Não há como terminar, sintetizar, ser limitada me inquieta muito hoje, não posso olhar para o mais alto sem tentar descompô-lo em algo palpavelmente à mercê do meu capricho, pedacinhos, pedaços, nuances é o que vejo, nunca a luz toda é refletida e quase nada tem brancura suficiente para que se possa enxergar.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Raindrops (on roses)


Sabe quando se acorda mais cedo, se está disposto, fisicamente disposto, mas ainda há um resquício de hábito, de cotidiano inserido na carne que não deixa que o corpo se erga? E passados os primeiros trinta segundos de consciência cede-se, cede-se à natureza e não há volta, não há como reerguer-se dentro de no mínimo uma hora! Em seguida o sentimento de culpa junto com as olheiras no espelho são o suplício sem redenção, tempo perdido por capricho, por não ter sido forte.


Às vezes me sinto extremamente fresca com meus horários, às vezes julgo não precisar deles! Tudo é facilmente resolvido ou nada se resolve, afinal! (Não há 'meio-termo' em alguns dias, dias cinzentos, de chuva, hoje houve 'some raindrops'!) Ser indiferente, assim como ser acometida por indiferenças circunstanciais, não me perece muito diferente do 'deixa a vida passar, deixa o tempo dizer' de algumas pessoas, do estilo de vida, do cotidiano dessas pessoas. (Como somos previsíveis, todos, quando em determinado grau de vivência!)

Quando há preocupações em excesso ou estresse em sua forma 'supersaturada' cada um reage de uma forma, cada qual com seu grau de disciplina nunca sabe se o arrependimento de um descanso na hora errada pode chegar, não antes dos passados trinta segundos de esperada e escolhida letargia. Afinal, todos sabem, mas como é bom fazer-se esquecer em algumas manhãs!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

"electroacústicas-geomorfológicas-multiespectrais" li essa classificação (adjetivação-substantivação, enfim...) em algum lugar e fiquei chocada!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Fazer arte

Encontro artistas eventualmente, eles costumam se esconder atrás da sobra de nossas paixões, toda paixão que possui beleza, beleza concreta, acaba por delinear arte. Arte talvez seja o que faz bem ao espírito, o que nos faz 'ver', enxergar antes e além da sombra. A arte do outro é antes a nossa (e como há perspectivas nela!).

Ontem

Depois de longas horas de chuva, diversão, cadernos decidi checar minha vida eletrônica e como é bom não me sentir tão dependente da Internet! Está tudo aqui, nada mudou...
Ontem choveu, primeiro dia de chuva decente depois de um 'temporada'... Ontem foi o Dia da Árvore e alguém me disse que os computadores não funcionam bem quando há muita umidade, acho que é mito, entretanto... Estou com tanta vontade de falar do tempo, dos meus sentimentos tão controversos, mas tão espontâneos, que acho melhor não escrever muito para não acabar me comprometendo... Ter um blog não-científico pode por em risco muitas vidas! Brincadeira, claro.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O que vale mais, responda quem puder:
Um cálculo certo ou uma arte livre?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Se a vida não é nada fácil, não há nada fácil, pois o que sintetiza tudo senão a vida, mesmo que seja somente à palavra a que me refiro? Estou certa de que existem coisas fáceis, em graus diferentes para cada ser, mas existem, ouvir música, ver filmes e comer são exemplos para uma redação argumentativa de tal facilidade existencial (exemplos pobres, mas fáceis!)... Dançar e cantar também são atitudes prazerosamente fáceis para quem não é tímido, e tenho uma teoria sobre a timidez: são os pais os responsáveis! Os pais são responsáveis por muitas características transferidas por meio do convívio (nada de genética, por agora), principalmente com a descoberta dos neurônios-espelho, quem são os primeiros alvos de nossa imitação?
Os pais tendem a querer tornar o filho o mais educado, polido, dilapidado possível, mas não há tentativas bem sucedidas nesse sentido sem uma certa opressão de espírito. Como é difícil para alguns adolescentes e adultos chegar a certo estágio da vida com algumas barreiras em questões tão naturais, como já se forjou pecados em tudo e como conceitos patriarcais estão enraizados no fundo de cada 'pseudorevoltado' tardiamente... Compadeço-me de todos eles e mesmo de mim, não tenho sugestões para se transpor muros, não procuro ler livros de auto-ajuda, que muito me desagradam por sinal, mas acredito que há uma fase, de amadurecimento pela qual todos passam e tomam consciência do que se perdeu em questão de caráter e talvez do que não poderia ter sido evitado, o importante é tomar consciência (e quem sabe fazer a 'revolução do proletariado' como fase posterior ao conhecimento, não é? Mas esta é opcional...). Talvez os pais estejam certos em pontos que só decobriremos na velhice, cabe a cada um decidir seu caminho, cabe a cada um acreditar nas verdades que tem, que ganhou, que comprou, pois verdade é o que se quer acreditar, tudo muito relativo... Talvez a vida não seja fácil mesmo, mas há quem a torne mais difícil a todo momento.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

sábado, 5 de setembro de 2009


Não sei o que ando sentindo, mas ando sentindo...
Gosto tanto dos meus amigos, tão mais que antes, tão mais a cada instante que tenho medo de sufocá-los algum dia com minhas carícias desdenhosas, sei que sou irônica, quero que meus amigos, os poucos que tenho e alguns que já não vejo há alguns meses, semanas, saibam que eu estou aqui, triste por uns, viva por outros, consciente e ilesa de alguns danos físicos e mentais somente pela ousadia de alguns, que ainda tentam me preservar da vida, das ações impulsivas que teimo em ter, que teimo em não corrigir. Não há charme maior do que o dos meus amigos. Já fui olhar as estrelas três vezes nos últimos vinte minutos, e não há muitas, espero que chova, que lavem a atmosfera, a minha, que tudo fique menos denso, mais macio... A maciez dos rostos dos meus amigos, amigos de amor singelo e displicente...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

"Que superficial!"

Superficial
Profundo
Superficial
Profundo
Superficial
Profundo
Superficial
Profundo
Superficial
Profundo
Superficial
Profundo
Superficial
Profundo
Superficial
Profundo

Palavras superficiais
Toques profundos (toques de mãos, toques feitos com o olhar, na pele...)
"O que não é superficial?" (Ela pergunta)
"Tudo menos raiva" (Ele responde)

Dedicado ao Renan!
:)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

T.S.Eliot


Gosto especialmente dos últimos versos...
"Este é o modo como o mundo termina
Não com um estrondo, mas com um soluço"
(tradução por minha conta)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ways


"Quando o sol bater
Na janela do teu quarto,
Lembra e vê
Que o caminho é um só,

Porque esperar
Se podemos começar
Tudo de novo?
Agora mesmo."

Todos os caminhos levam à Roma...
Todos os caminhos levam aos lugares que construíram suas próprias estradas à medida que conquistaram regiões, pessoas, que conquistaram a vida, porque se traça um caminho a partir dos desbravamentos pessoais, a trilha não é a mesma, mesmo que haja encruzilhadas em comum... Hoje noto quão engraçada sou com relação ao meu caminho, quero fazer tudo sozinha às vezes, esquivar-me da juda, assim como muitas pessoas que ainda possuem a imaturidade como traço, mas há insuficiência de características definidas para o caminho e a falta de força em alguns pontos, diferentes em pessoas diferentes, comuns em pessoas comuns e diferentes, cominhos que se apresentam a muitos com perspectivas aleatórias, de ida e volta, com ida e sem volta ou só o caminho de casa... Caminhando e cantando... Caminhando e olhando para as árvores, para o céu que não possui mais que meia dúzia de nuvens. Caminho para Roma, caminho para lugar nenhum, todos os caminhos levam ao nosso destino, afinal.

sábado, 15 de agosto de 2009

“Ler é sempre reler um pouco” - Fernando Batalha
Mesmo quando o livro em questão é o Sermão da Sexagésima!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Poema inacabado (e sem título também)

Assim que o sol entra
Pela janela após meio-dia
Pela atmosfera
Da minha gravidade
A luz me pega em pedaços
Despedaçada eu
Repartida, fóton, ela
A colcha que não é de retalhos
Me olha quente
Destoante
Salva-se
Convida ao desmoronamento,
Agora é minha mão
Amarela, ossuda, vermelha as pontas
Penso na pulseira que já não uso
Dei-a
Quando o sol me toca, assim
Eu toco apenas a fogueira
É melhor pensar que sentir
É melhor correr

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Achados e perdidos


Vamos encontrar um lugar bonito para ficarmos perdidos! (?)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Não há título hoje

Confiança, auto-confiança, quem sabe até auto-afirmação?
(Não sei se as palavras acima ainda possuem ífen, mas enfim...)
Hoje cansei-me com pouco, mas estou melhor, não me sinto tão incapaz diante das 'provas', as de sentido denotativo e conotativo que estão na minha porta. Não há viscos na minha porta, uma lástima, e não há nada além da minha esperança renovada momentaneamente por uma mudança de ambiente. Acho muito bom começar algo de alguma forma diferente, mesmo algo já em andamento. 'Chegou a hora de recomeçar' como cantava uma banda da minha adolescência 'rebelde'. E antes que seja tarde estou no espírito... Como tenho escrito sobre mim aqui, preciso ser mais imparcial com o meu blog, estou muito egocêntrica... Perdoem-me caros leitores, mas estou me empolgando, me interessando finalmente pelas pequenas coisas da minha vida (ou vidinha).

domingo, 9 de agosto de 2009

Palavras

"O poema é feito de palavras necessárias e insubstituíveis"
Octavio Paz

E de fato, não consigo substituir palavras uma vez escritas na estrutura de poema.
É como me substituir, minha ideia.

Meu pai

Dia dos pais, do meu pai!
Love you, Daddy!
Feriados assim, me perecem muito comerciais e às vezes fico triste em pensar que muitas pessoas se lembram do pai como alguém que merece um bom presente hoje, por ter já gastado o bastante com o filho... Meu pai sempre foi um super-pai, sempre e em tudo, sempre presente, sempre dando amor, sempre do meu lado, sempre cuidando das filhas. Ele me ensinou quase tudo o que sei! Não tenho como agradecer nem homenagear alguém tão maior, melhor que eu.
Acho que ele sabe que sou feliz junto a ele. É isso, é isso o que quero hoje, que ele saiba!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Telefonemas


Como é bom falar ao telefone, sempre tive conversas de meia hora, hora inteira ao telefone, e como é gostoso... Falta-me isso alguns dias, pois me sinto menos agraciada por amigos quando não falo com eles, eles longe, eles perto, eles ao meu ouvido... Sorrir ao telefone é delicioso, pois tudo sabemos no silêncio, tudo adivinhamos, tudo contamos mais facilmente, inteiramente, há mais espírito que corpo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Vicky Cristina (Raquel) Barcelona

Estou me sentindo um pouco insegura hoje. Assisti a Vicky Cristina Barcelona, gostei muito, gostei de tudo, dos atores especialmente. Javier Bardem, que faz o pintor Juan Antonio, sedutor, despreocupado e sexy está fantástico, quem não se apaixonaria com tanta calidez... Desde o olhar galanteador à conversa displicente e sincera, direta... Meu lado artístico se torna tão latente, mesmo que seja somente o lado 'potencial' existente quando me deparo com arte na história e no filme em si simultaneamente. Rebecca Hall, Scarlett Johhansson e Penélope Cruz estão lindas e como conseguem passar beleza em relações complexas e paradoxais que muitas mulheres enfrentam com relação ao amor, aos amores, aos amantes; tudo delicadamente tratado. O filme é encantador, o filme me deixa insegura sobre o que ousar, quanto ousar, sobre que vida é suportável, sobre o abrir mão do seguro, e Vicky não abre, embora devesse, pois a felicidade é antes 'bandida' e não programada e encomendada, não que seja regra, mas como tudo é mais tentador, mais propício às descobertas da felicidade se for de improviso, impulso...
A trilha sonora do filme é terna, é espanhola, é Barcelona e é amor.

domingo, 2 de agosto de 2009

O que dá, poema

Um jardim não dá poema
Um muro dá
Minha dor não dá poema
Seu sorriso talvez
Não, não dá

Quando tudo torna-se
Pouco, exígua escassez
Quando perco meus cabelos
Cãs de menina
Conheço o poema
Recito-o

Amizade de anel
Precisa ser mantida?
Capricho

Amizade de café
Precisa ser consumida?
Diga-me, pois

Se o branco de tua face
Tornasse a ti mais
Sincero
Com luares
Alertas na carne
De sua bochecha
Tez, se houvesse
Fumaça, por que fumaça?
Talvez houvesse
Poema,
Mas você não dá, poema.

Anyway



But I would do it anyway.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Redoma





Minha redoma de vidro, minha vida de bonequinha, minha visão límpida e sem perigo, intocável, inviolável... Há quem não tenha redomas? Há quem consiga chegar até o ponto mais consciente e sem entraves sem as redomas que construímos de propósito? Há redomas que fazem bem, sem dúvida, mas evitemos todas elas caso não saibamos ditingui-las!


"Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle..."

O que resta

Às vezes o que nos resta é esperar, quando tudo parece estar no fim, perdido.
Fim de carreira é fim de esperança, não tenho mais a esperança, nem a caixa de Pandora que todos ganhamos ao nascer, presente dos 'deuses-pais', tenho mais, foi jogada fora junto com os vinis, com os cadernos rabiscados, com meu casaco xadrez. Há amor em mim, mas não tenho amores. Sinto-me pessimista e me encontro um pouco aqui, assim, não preciso dizer mais, não é?

Garota Fastball, por hoje

Ontem descobri uma ‘banda nova’, Fastball, pensei que fosse de décadas atrás, a formação, pelo estilo da música, tudo me remetia a anos 70, 80. Assim que fui pesquisá-los constatei que são de 94, estão em período ativo ainda. O que me chamou a atenção foi somente uma música, The Way, escutei-a duas vezes no rádio e ela me deixa em um estado espiritual tão gostoso, gosto tanto de cantá-la a plenos pulmões! Há tempos não ouço músicas no rádio e os rocks mais antigos têm sido a minha preferência ultimamente, portanto a noite-madrugada me atrai mais nas ondas sonoras, sou um pouco ‘indie’, ‘alternativa’ com músicas, música alimenta a ‘alma’ e a minha tem traços hippies, é o que tudo indica. Neste momento escrevo ouvindo Beirut, é uma delícia para descansar, para pensar, viajar, gosto de Beirut especialmente quando estou sozinha. Tenho a necessidade de músicas novas, de trilhas sonoras para meus dias... Sou uma garota cinematográfica, gosto de beijos na chuva e de batom vermelho, sapatinhos de boneca, luzes...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mom

"Estou cansada de bater e ninguém abrir"

À minha mãe que escuta a frase todos os dias de mim...
Às vezes preciso dizer à ela que fique bem, que não se preocupe, pois eu também estou bem, apesar de mim mesma...

Mas estou cansada.

Estou prevendo errado?

Quero aprender a dar um tempo.
Sou a favor dos tempos.
Quero aprender a me dar um tempo, tempo para me por no lugar, estou longe, tão distante do que eu era, da garotinha, estou de luto da garotinha faz algum tempo, mas hoje dói mais.
Sou uma garota mais tensa, mais cheia de vícios sem motivos, mais sozinha.
Quem consegue rir por muito tempo, quem consegue ir ao circo e rir sinceramente? Não há mais graça que não seja previsível.
Previsível vida, pais, amigos, músicas, almoços, cafés, palavras; preciso de tempo, para desabituar-me de prever.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Pessoas

É interessante como precisamos de algumas pessoas para viver, mesmo que elas sejam substituíveis, há sempre um lugar e ele não pode estar vago.
Não vivemos sozinhos, mesmo se nos tornamos auto-suficientes, a independência não nos tira a necessidade do contato.
Difícil admissão.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Milk & coffee


Hoje fui à única cafeteria de Patrocínio com um amigo, foi bem súbita nossa decisão de entrar lá, mais minha que dele... O café estava bom, não digo excelente, pois prefiro o meu... Mas o chantilly torna tudo um mínimo gostoso. Hoje me senti um pouco eufórica e até decidi fazer algumas ligações para pessoas com quem não falava há algum tempo. Assisti ao filme Milk à tarde e achei-o muito bem feito, muito bom de assistir e como Sean Penn é um excelente ator ficou mais que evidente em um papel tão difícil e 'controverso'; indico a todos o filme e uma cafeteria.
Não consegui explicar nada do que queria nos telefonemas (prefiro dizer telefonemas a ligações), não consegui mesmo contar de modo coerente minhas ânsias e os últimos acontecimentos ao meu amigo, mas estou bem, estou me sentindo protegida de alguma forma, não sei bem pelo que, por quem, vale a sensação...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Oasis

Catch the wheel that breaks the butterfly
I cry the rain that fills the ocean wide
I tried to talk with God to no avail
Called him up in-and-out of nowhere
Said "If you won't save me, please, don't waste my time"

Oasis tem sido uma banda que tem me acompanhado durante minha adolescência, as músicas sempre me dizem algo e já cantei-as ao meu último volume... O último CD deles Dig out your soul demorou a me pegar, a me despertar sentimentos, porque música sempre desperta, como os anteriores...
Tenho cantado a estrofe acima displicentemente, embora eu sequer converse com God.

Luzes

É engraçado como a vida me faz ser superticiosa, além dos últimos encontros e desencontros das últimas horas hoje fiz uma caminhada repleta de sinais... Sinais na minha cabeça, claro.
Ao caminhar à hora do crepúsculo decidi comprar uma revista, acho que chama-se Língua, nunca li nenhum exemplar da mesma, mas a revista não cabe na minha narrativa, a não ser que eu só tinha a ela para me segurar...
Ao voltar a passos ligeiros para casa, à meia luz, à luz nenhuma, encontrei uma árvore antes frondosa e que agora não tinha sequer uma folha em sua antes 'copa', antes de dar de cara com a depenada árvore passei em frente a uma casa que acendeu e apagou a luz do alpendre, deve ter queimado, mas não havia sinal de vida (humana) na rua e na casa que estava com as demais luzes também apagadas; após passar a árvore que possuía o tronco tão torto que quase fazia noventa graus em sua envergadura outra luz, e atente para que a rua em que passava não havia vivalma e era muito mal iluminada, agora vermelha, não sei de onde, poderia mesmo ser um relâmpago se o céu não estivesse estrelado. Em seguida a jovem garota desprotegida, em uma encruzilhada topa com um senhor de chapéu branco, achei o cúmulo o chapéu refletir tão bem qualquer luz, que estava bêbado e gritando (não pude distinguir as palavras), acho que ele me viu e depois de fazer um elogio típico de homens no 'cio', sim, há homens em 'cio' constante, especialmente bêbados, se desviou pois eu devia estar com uma expressão inocente e desajeitada para que ele tivesse coragem de aproximar-se... Ainda encontrei um menino todo tatuado que puxou assunto comigo, mas isso é o de menos... Minha caminhada foi interessante, principalmente por eu ter saído com a ideia de arejar a cabeça, pensar em nada ou pensar em meus assuntos mal resolvidos. Assuntos que eu mesma crio. Mas luzes não me faltarão, literalmente.

domingo, 19 de julho de 2009

Patos

Patos, jornal, prima... Sol!
Sei que hoje há um show, show de bandas independentes de Rock no teatro daqui (Leão de Formosa) (?).
Não sei se irei, mas queria que minha estadia aqui em Patos fosse mais cultural que o cinema...
Sugestões?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Cinza-verde

Outro dia sem chuva, outro dia, enfim.
Surpreendo-me em pensar em doar órgãos e olhares, pensar em sorrir ainda...
Só ideias, só divago.
Outro dia, posso torná-lo cinza, tão cinza quanto meu gosto.
Gosto do cinza-verde, aquele do céu que promete, que me jura.
Jura um sempre inverno, mas não sempre frio.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Quanto ao verbo agir

No final do dia tudo o que você tem é amanhã de manhã.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Colchão d'água

"A vida deveria ser um colchão d'água!"
Acabei de ler em um de meus cadernos a metáfora de minha autoria; e eu a expliquei lá. Parece que foi há séculos, mas pode ter sido ontem o tempo em que minhas ideias eram menos nebulosas. Colchão d'água, mole, moldável... Cabendo a nós estourá-lo ou deixá-lo se romper espontaneamente.

Do Anything


Sidarta

Sidarta de Hermann Hesse é um excelente livro, motivou-me a "pensar, esperar e jejuar", mas não denotativamente, a ideia me valeu, consegui reorganizar-me junto à Sidarta... As metáforas e analogias são interessantes, mas a busca pela espiritualidade sem doutrinação é a vertente chave da história.
Vale lembrar que ele, o personagem, não é o Buda em si, mas vive em sua época.

Convivência

Minha irmã excluiu meu programa de baixar músicas hoje... E não foi sem querer! Motivos à parte, como é difícil conviver com as pessoas, mesmo as que conhecemos, as quais vimos superar tudo e ajudamos na superação diária... Com as quais vivemos uma vida!

domingo, 12 de julho de 2009

Maybe


Chico

Chico Buarque me faz bem...
Li "Calabar", livro de Chico Buarque e Rui Guerra há um tempo e suas músicas nas páginas me extasiaram, já as conhecia, mas lê-las entre as falas das personagens deu-me uma sensação diferente... Chico tem a a capacidade de me deixar próxima da vida, mesmo com os desapontamentos dela, fico perto e bem por saber que tudo tem que acontecer e tudo é melodia.


"Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos

Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama"

-----------------------------------------------
"Amo tanto e de tanto amar
Acho que ela acredita
Tem um olho a pestanejar
E outro me fita
Suas pernas vão me enroscar
Num balé esquisito
Seus dois olhos vão se encontrar
No infinito
Amo tanto e de tanto amar
Em Manágua temos um chico
pensamos em nos casar
Em Porto Rico"

sábado, 11 de julho de 2009

Óculos


"And in the first moment of her
waking up
She knows she's losing it, yeah she's
losing it
When the first cup of coffee tastes
like washing up
She knows she's losing it, oh yeah
she's losing
Oh yeah she's losing it"


Não me contive, tive colocar minha foto com o óculos que achei na casa da vovó!

Ele tem lentes vermelhas e me dá a sensação de que estou há uma década atrás... Aliás, duas!
Essa foto, com essa cor me deixa emoldurada nas fotos instantâneas que minha mãe tirava... Como estou parecida com ela!

Saudade

Saudade de ler Dostoiévski, com tantos livros de escola meus autores estão sendo abandonados.
Saudade de assistir a filmes com minha mãe. Lembro-me de assistir "E o vento levou" e chorar junto a ela quando Scarlett O'Hara ficou sozinha... Perdera seu amor e definitivamente. Sempre tive medo de que o mesmo acontecesse comigo, por isso chorei.

No meat

Hoje decidi tentar parar de comer carne (novamente).
Minha primeira tentativa durou dois meses, mas fracassei. Acho que o problema não é o vacilo da força de vontade ou a necessidade, o desejo de come-la, é a questão cultural. As refeições são sempre acompanhadas por carne e as pessoas por achar que estão fazendo o certo, o bem à saúde alheia nos obrigam a aceitar um pedacinho de proteína bem passada... Minha mãe por exemplo acredita que ficarei anêmica sem a carne, mesmo tendo consciência de que existem outras fontes para suprir qualquer necessidade proteica. Tentarei ser firme, pela minha saúde e por minha atenção aos nossos companheiros animais.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O mundo anda tão complicado

"Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperto o passo por causa da garoa
Me empresta um par de meias
A gente chega na sessão das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanhã é a sua vez"

A nostalgia me pegou hoje, de um passado não muito distante musicalmente, sequer passado, de um descobrimento; essa música em especial me faz pensar em como seria constituir família, como seria decidir-me por uma vida pacata, de pouco luxo, por escolha, por estilo, ter tempo para fazer coisas pequenas e divertidas que só são possíveis com uma pessoa por quem o "interessante" nunca se acaba, não o interesse, o "interessante" mesmo...
Minha mente por vezes fica embaraçada quanto ao tipo de vida que quero levar, costumava conversar sobre isso com uma amiga minha, eram conversas esclarecedoras, expúnhamos nossos planos na época e a vida com menos riqueza material nos parecia mais rica de ideais, de morais, de sentido... Claro que a riqueza material não influencia no caráter e pensamento das pessoas de forma direta, há outros fatores de "risco" nesse caso, mas a escolha por um caminho com "menos" parece-me mais eu, mais simples... Até porque tudo é consequência, prefiro não preocupar-me mais que o necessário com o "fazer dinheiro", há tantas outras coisas que me absorvem e importam mais...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Tired

Estou um pouco descrente (sou descrente por natureza de alguns pontos, todos sabem...), mas estou descrente do meu futuro de "labor"... Quero só passear, sentir e não me justificar, estou cansada, esgotada...
Hoje dei aula de dança, participei do grupo de teatro e conversei com pessoas interessantes, novos ares para que eu pudesse respirar profundamente, às vezes sinto falta da liberdade que há no não fazer mais do que o mínimo, a sensação de que se é livre com pouco, só com uma despretensiosa conversa à tarde com o riso do outro... Foi uma delícia ensinar algo que não envolvia o decorar das fórmulas e sim o natural movimento do corpo, cabelos, braços, pernas... Melhor ainda é estar entre pessoas, as quais não preciso satisfazer os desejos, há a complacência, a comunhão em que nos subtemos, todos nos agradamos mutuamente, nos completamos por não precisarmos de nada além da presença do outro, sem palavras, sem pensamento, só a presença, o contato...

Preço


Manhã

Hoje fiz algo interessante, diferente, minha cabeça dói um pouco agora... E logo de manhã...
Será que nos nossos momentos cruciais nos tornamos pungentes e pujantes (e a nós mesmos)?
Momentos cruciais = momentos de risco, de arisco, de petisco (e de quantos trocadilhos...).

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Just like Rachel

I think in the stars, no,no in the sky
but not like I did yesterday
There is something in my mind
that I can't get through and I'm through
I'm just, oh just, a girl
And how much it means now
today, even without sky
even that no shine
I don't shine if you don't shine
I don't mind if you don't mind

Decidi escrever em Inglês, por ser um dia propício, não quero arranjos em Português hoje, estou na escola agora, intervalo, sinal, consigo ser mais musical sendo estrangeira...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Enrubecer

Como nossas relações frágeis, tênues, instáveis nos fazem bem mesmo "procriando" nosso ninho interior de insegurança. Já pensei e desconfiei de muito de mim que foi doado aos meus amigos, sei que tais partes não são minhas mais, emoldurei-me nelas, e como estou pintada, quanto rouge, não posso enrubecer tanto...
Conhecer e ter o outro é quase o mesmo, mas não desconfiamos, eu não desconfio, de que no dia em que estamos nos doando o outro não está disposto a se dar, há dias certos, por isso o desencontro dos choros entre os amigo, não é por falta de afinidade. Acredito na amizade, as poucas, mas como somos todos frágeis e pouco compreensíveis, uma agulha é uma arma, uma agulhada a morte prematura.

Seu vento


Sei que você é livre e possui o vento, só pessoas livres o tem, clichê, não quero deixá-lo menos, mais, meio, quero andar ao lado, quero caminhar.
Não há pedras no meu sapato e não preciso andar descalça para reconhecer a trilha, hoje vesti-me de vermelho por pura imagem da provocação infantilmente conduzida, quero tentar-te a me dar seus olhos, sorriso, sua precisão, sua senha secreta ainda. Sussurre, pois.
Estou escrevendo, outra vez você diz, mas estou perdendo meu jogo favorito só por ti, como consegue tanto de mim? Lá fora, aqui dentro, lá dentro, sinto que você é realmente um homem que não quer chegar, só ir contra esse nosso vento, cortante, só vestir couro cru, só comemorar dias onomásticos com drinques vermelhos. Não provoco mais além, sei que me quer por partes, no jantar, talvez café, não, não quer café, no mais enjoa, vertigina você diz, não é necessário, nem musical.
Meu caro, gosto da sua expressão, escrevo com mãos, unhas, carnes, sei, sim eu sei, que você tem o vento, prometo contentar-me com ser contemplada com sorrisos e risos e cabelos negros ao vento, ao pélago de que se aproxima, vou ao lado, mas mantenho distância, quero só olhar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sunday morning


Queria um dia só para eu tomar café, tomar chá, tomar ar...
Queria um dia que fosse só manhã de Domingo, o dia todo.
Há tempos acordo com o som do dever e a vida é dever, a vida é dever e é Domingo de manhã, sem sinos, sem tempestades, feita só de árvores e sombras . Queria e quero muitos Domingos de preguiça e de sossego, o sossego do calor, do café e do sol.


Lonely Karl


El mundo

"El mundo es la totalidad de los hechos, no de las cosas."
Ludwig Wittgenstein

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tropicália


"Caminhando contra o vento
Sem Lenço e Sem Documento
No sol de quase dezembro
Eu vou..."

"Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento,
Eu vou..."

O movimento Tropicalista ao contrário do que muitas pessoas pensam hoje não era um movimento de contestação ao regime em voga em seu tempo, a ditadura. A Tropicália buscava inovações estéticas radicais, buscava a quebra de padrões, visava a liberdade de expressão, a liberdade na inovação da música e na cultura. Seus criadores, seus componentes lutavam pela possibilidade de usar e abusar de suas invenções, de seus novos instrumentos... Mas no contexto da ditadura a repressão de qualquer comportamento que não respeitasse a ideia de "cidadão-soldado", que desobedecia os padrões sociais era regra. A revolta portanto nas letras, o caráter de protesto (ainda que não de engajamento primordialmente) ganha espaço...
No trecho acima da música "Alegria, alegria" de Caetano nota-se a subjetividade do "Sem LSD", como grito, afirmação de que eles não eram um bando de alternativos, subversivos, drogados segundo a taxação do governo...
E no trecho "E eu nunca mais fui à escola" pode-se fazer um paralelo com a retirada de disciplinas como a Filosofia e Sociologia das escolas, bases do pensamento crítico de um cidadão, bases do ensino que buscam incitar o desenvolvimento ligado à contestação... Portanto a escola não é mais um lugar para se gerar pessoas sábias, somente treinadas... E treinadas a dizer sim, e sim senhor...
Há várias partes na música que revelam quão ricas são nossas fontes culturais de tal período e quão importantes são essas pessoas que lutaram pelas nossos direiros... Pessoas que ainda estão aí, ao nosso lado, pessoas que não se fazem mais. Onde há revolta além das reminiscentes greves pouco dotadas de planejamento e argumentos contestativos como a da USP? As mobilizações sociais perdem aos poucos seu espaço, perdemos todos com isso, perdemos direitos que nos são tomados aos poucos, subtraídos sem nosso conhecimento, não há pessoas politizadas em nossa nova geração como nas dos nossos pais, avós... Há informação, mas o interesse, a Tropicália, estes não voltam mais...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Veneno

Estou suspensa, assim como minhas mãos estão congeladas. Não sou alegre nem sou triste, sou viva (não sou poetisa), o que me envolve com a capa do perigo. Sou perigo e respiro perigo. Empacotadas as pessoas não aprendem, quem aprende é quem se despe (de tudo, sem vexação).
“Não quero faca nem queijo, quero fome!” diz Adélia Prado. Pois tenhamos fome, de nós mesmos, do outro, devoremo-nos, felizes "à mesa", suprindo nossas necessidades vitamínicas, do corpo que é também espírito, que é cabeça antes de tudo, e que é dor, somos dolorosos, seres pungentes, em nossos derradeiros momentos de conhecimento, somos (e não “estamos”) todos envenenados nesses momentos. Veneno que procuramos, assim como a paz, assim como o ar que também nos mata aos poucos, veneno que não queremos achar, pois quem procura quer é procurar.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Sutilmente

"E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce"

Mesmo que eu ache as letras mais antigas do Skank mais louváveis, as de crítica social que normalmente não são entendidas como tais pelo público, subjetivas demais ou porque música tem a tendência de ser "só música" para alguns, essa música é tão enternecedora... Ando sentimental, mas nada como uma música que lhe mostre como a interação com alguém que se ama é bonita, de beleza, a beleza além da estética e com a estética, proclamada e alcançada por alguns de nossos artistas, de sutilidade...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Infidelidade e traição


Traição e infidelidade nem sempre são sinônimos...
Nasce-se o filho e o pai sente que há certa "infidelidade" da mãe... Sentimento em detrimento do amor repartido, com o outro, com o filho. Ontem ouvi um psiquiatra e psicanalista afirmar que a incidência de traição dos maridos se dá em nível absurdo no período do nascimento à um ano do primeiro filho. Uma espécie de prevenção a ser ele o primeiro traído.

A ideia de perda, falta de atenção é mensageira primeira, mesmo que pouco confiável, para o desconfio da possível infidelidade. Mas ser infiel não é trair.
Infidelidade é a usurpação ao pacto, à consideração com o outro, é a falta de respeito e sinceridade... Traição é somente o ato final, a consumação da infidelidade na maioria das vezes, mas trair é um ato isolado, súbito por vezes, impensado... Tanto que pode-se trair e ainda ser fiel, delatar a própria traição à pessoa traída é lealdade, ainda que torta, ainda que permeada pelo erro.
A fidelidade conjugal ( a monogamia, o compromisso sem volta) pode ser comparada, em sua instituição, com a instituição de princípios religiosos, de disciplina, educação necessários para a manutenção da boa convivência, da boa moral. Mas e a traição para consigo mesmo em virtude da manutenção da fidelidade "moral"? Deve-se levar em consideração antes a fidelidade ao próprio desejo? Por que há momentos de impasse e não se deve simplesmente sufocar uma parte dele sem entendê-lo.

domingo, 28 de junho de 2009

Euforia


"Now you don't talk so loud
Now you don't seem so proud"

Perder a euforia que já se teve na vida é sinal de maturidade ou conformação?

Acordada

Acordei hoje com o instinto altruísta que nunca tive.
Não sei ao certo o que me aconteceu, meus sonhos nunca me dizem nada que eu não possa saber durante o dia, afinal sonhamos com o que conseguimos guardar durante o dia, as impressões...
Estive pensando que há pessoas morrendo agora, minha mãe disse que há milhares nascendo também, mas há mortes prematuras, desnecessárias e foi com essas que acordei hoje... Acordei e senti quão egoísta sou, quão meus problemas são infimamente menores que a fome, a falta de estrutura, de tudo de algumas famílias... A ideia de fazer Medicina se aviva em mim nesses momentos, mas não sou uma pessoa altruísta, sou sensível emocionalmente, mas não sei se é um impulso ou uma epifania, um sopro de consciênia que chega e se esvai como todas as principais atitudes adolescentes ( a de adolescentes normais)...
É necessário que se comece pelo próximo mais próximo quando se quer "começar" e por vezes deixei de o fazer... Talvez ainda haja esperança para mim e para as pessoas, como já disse cabe a cada um decidir seu futuro e o que deixará de sua vida, o que valerá tudo isso afinal. (?)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Tempo

Sobre o tempo...
Meu pai cita um poema do qual me lembro apenas do início, assim começa "O tempo que move o muro, a morte será o escuro?"
E há algo relativo ao olhar de alguém ainda...
Mas este início por ter sido tão repetido em meus momentos caseiros deixa em mim marcas de pensamentos, desde pequena tenho pensado em algumas máximas que meu pai costuma citar, essa em especial dá-me muito de inspiração, é possível associar o muro com nossas barreiras interpessoais de todos os tipos e ainda com nossos legados físicos, muro de Berlim, muros de casas, muros que se erguem e que são derrubados ou simplesmente se acabam por si só... Obra do tempo... Quantos muros em mim mesma já não derrubei, mas não sozinha, não seria capaz sem o nosso arrastado passar do tempo. E quanto à morte, será o escuro? Só consigo imaginá-la assim, tal como imaginava a cegueira negra, mas há quem sustente o contrário... Não posso contar com muitas certezas, lembro-me que o final do poema era feito de interrogações, questionamentos sem respostas, mas que talvez não precisem de uma, talvez sejamos capazes de sentir que nem tudo nos será revelado e que estamos à mercê do acaso e do tempo, ou do passar deste...

Chacal

"Só o impossível acontece
o possível apenas se repete."
Chacal

(Mas quem se habilita hoje em dia a ousar o impossível? A vida é demasiado perigosa para tanto...)

Sentido

Os homens vinham e havia um caminho.
Continuavam, e o prumo os esperava,
e eles seguiam acreditando nisso:
sempre rumar – sempre sempre sempre.

Os homens nunca chegavam a algum lugar,
mas iam eternamente em busca de,
pois não queriam nem suportariam
entender a verdade do lugar nenhum.
José Inácio Vieira de Melo

Sempre a questão de quanta verdade se pode suportar... :)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Too many books



(O que seria de mim sem meus autores???

O que seria de mim sem meus textos? Todos os meus tipos de textos...)

"As revistas

As revoltas

As conquistas da juventude

São heranças

São motivos

Pr'as mudanças de atitude

Os discos

As danças

Os riscos da juventude

A cara limpa

A roupa suja

Esperando que o tempo mude"

sábado, 20 de junho de 2009

Mr. Leminski


"Um dia desses quero ser
um grande poeta inglês
do século passado
dizer
ó céu ó mar ó clã ó destino
lutar na índia em 1866
e sumir num naufrágio clandestino"

Paulo Leminski

“Das coisas
que eu fiz a metro
todos saberão
quantos quilômetros
são
aquelas
em centímetros
sentimentos mínimos
ímpetos infinitos
não?”
Paulo Leminski

Changes


Estou com a sensação de "estou mudando", engraçado, todos estamos mudando, uma verdade óbvia, mas sentir isso é tão raro, é preciso estar em um dia especial, mesmo que a sensação não seja confortável é especial. Estou me sentindo mais velha, além da sensação física há o contraste dos meus pensamentos... Há um ano atrás eu não tinha dimensão de quão diferente posso ser em momentos diversos... Não quanto às atitudes que venho a tomar, mas quanto à maneira como analiso as situações, à posição que adoto, a particular. Lidar com as mudanças que estão por vir e que já mostram-me sinais é mais difícil agora que possuo escolhas e que estou cercada por mim, creio que sou muitas... Quando se é criança não há muitas decisões a se tomar, ou não pensamos nelas... Definitivamente, não pensamos nelas. Não sei em que quero confiar, mas preciso de algo para confiar, estou me sentindo velha.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Simplesmente nós...


Percebo que há pessoas para as quais hoje só existe um critério para se dar um rumo em nossas vidas: o prazer, a utilidade, os interesses. Somos pessoas laicizadas, secularizadas, que não se interessam por mais nada, além do interesse próprio (e ainda a curiosidade).
Jean-François Lyottard disse: “O tempo das grandes narrativas terminou, ou seja, o tempo do liberalismo, do capitalismo, do socialismo, do comunismo, das filosofias da história terminou.” E hoje em dia entramos em um mundo no qual somos mais sensíveis, em termos aparentemente privados, para ver as coisas, como a maioria das pessoas vê. É uma lástima a perda de identificação com a “idéia comum”, mas há benefícios, claro, embora o sentido antes considerado “amplo” e “digno” de uma vida seja substituído por uma vivência de passagem, de passeio, quase de “subsistência” cultural, intelectual, espiritual...

domingo, 14 de junho de 2009

Pensamento

Um pensamento falsamente arriscado dá um certo estilo confortável de rebelde romântico quando não passa de papéis pintados com tinta. O risco é menos atraente quando consideramos o pensar que afeta as nossas vidas porque afeta as nossas decisões, o pensar acerca de questões de vida e de morte, o pensar que faz a diferença entre uma vida feliz e uma vida desgraçada. Não é absurdo, à partida, preferir a tradição e a autoridade à prova e à razão. Parece mais promissor e menos arriscado.

Contudo, isto é uma ilusão. Pois apesar de ser natural e racional confiar nas pessoas mais velhas e sábias, não devemos confiar cegamente nelas; devemos estar atentos às provas e às razões porque a alternativa não é muito recomendável. As pessoas erram; e as pessoas mais velhas e sábias também são pessoas.

Love (?)


Considero essa imagem uma crítica tão sutil...

"In love why?" é sua pronúncia...

Só se vive uma vez


"Ten decisions shape your life
You'll be aware of five about
Seven ways to go to school
either you're noticed or left out
Seven ways to get ahead
Seven reasons to drop by..."


Esse pedaço de música me lembra que ainda sou uma "teen girl" e que tenho sentimentos sobre muitas coisas, sentimentos que se afloram por muito pouco, por nada, não tenho controle sobre eles... Enfim, dez dcisões que moldam minha vida e sobre as quais eu não estou muito atenta... Será que já tomei metade delas? ( Se sim não me dei conta)

:/

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Rubem Alves


Imaginem meu estupor ao notar que Rubem Alves estava falando comigo?
Estava olhando algumas crônicas do autor e deparei-me com a de nome “Muito cedo para decidir”, e ao final do texto leio as seguintes palavras:“Assim, Raquel, não se aflija. A vida é uma ciranda com muitos começos.Coloque lá a profissão que você julgar a mais de acordo com o seu coração, sabendo que nada é definitivo. Nem o casamento. Nem a profissão. E nem a própria vida...”
Rubem Alves aconselhou-me com todas as letras sobre meu assunto, minha angústia principal dos últimos meses. Rubem Alves, tive notícias, virá a Patrocínio ao final deste mês, este foi o principal motivo da minha busca por seus escritos... Estou ansiosa por meu encontro com um autor que me veio ao encontro hoje...