domingo, 1 de novembro de 2009

Porque estou tocada, estou inclinada a viver com menos pudor, ser menos ‘trovadora’ e mais estupor! Queria muito poder dizer isso ao meu amigo particular, à minha consciência concupiscente. Talvez a paz de espírito esteja melhor inserida nas aquisições a curto prazo que nas longas, talvez, não há mais que minha falta de humor para a piada repetida, mas como isso me alegra, como estou mais coesa com meu escárnio sem precedentes.
Não pensei em escrever, mas sentei-me aqui e estou tão confortavelmente sentada que minha mente não pensa, escreve, e eu que não sabia que as mentes se correspondiam eletronicamente, na varanda, nas pontes, mas não sinto ser tarde para uma escrita menos hermética, não sinto que duas semanas são pouco, não é fácil lidar com a desestrutura alheia, mas por que não? Por que não dizer sim a tudo, todos, aos bailes, aos vestidos guardados. Não usarei reticências, pois prefiro completar tudo, prefiro ligar, chamar a ser passiva e me desesperar com a não-correspondência, prefiro ser mais forte e dar a cara a tapa, pois o tapa pode não só deixar o vermelho como também a inspiração para jogar-me ao vento do meu desejo, das minhas cartas não escritas, não entregues, não pensadas.

5 comentários:

  1. Entregue, pois, as cartas.

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  2. Pelo amor de Deus, Lívio, obrigado!
    Raquel, entregue-as, não fará (tanta) diferença mesmo!

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  3. João, Mr. Pretensão, não escrevi pensando nas suas 'cartas', mas lhe entrego amanhã já que você não sossega!

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  4. Não deixe cucarachas invadirem seu criado mudo e envelhecer a carta. Envie-a por Sedex 10. E não espere por uma correspondência como resposta. Será, pois, presentear melhor que ser presenteado?

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  5. João Henrique filosofando e me deixando confusa, que fazer? Ah, John, vai me levar pra andar de avião daqui a alguns anos, passou em sexto lugar pra ser 'piloto' esse fim de semana! (:

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