domingo, 2 de agosto de 2009

O que dá, poema

Um jardim não dá poema
Um muro dá
Minha dor não dá poema
Seu sorriso talvez
Não, não dá

Quando tudo torna-se
Pouco, exígua escassez
Quando perco meus cabelos
Cãs de menina
Conheço o poema
Recito-o

Amizade de anel
Precisa ser mantida?
Capricho

Amizade de café
Precisa ser consumida?
Diga-me, pois

Se o branco de tua face
Tornasse a ti mais
Sincero
Com luares
Alertas na carne
De sua bochecha
Tez, se houvesse
Fumaça, por que fumaça?
Talvez houvesse
Poema,
Mas você não dá, poema.

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