Sobre o tempo...
Meu pai cita um poema do qual me lembro apenas do início, assim começa "O tempo que move o muro, a morte será o escuro?"
E há algo relativo ao olhar de alguém ainda...
Mas este início por ter sido tão repetido em meus momentos caseiros deixa em mim marcas de pensamentos, desde pequena tenho pensado em algumas máximas que meu pai costuma citar, essa em especial dá-me muito de inspiração, é possível associar o muro com nossas barreiras interpessoais de todos os tipos e ainda com nossos legados físicos, muro de Berlim, muros de casas, muros que se erguem e que são derrubados ou simplesmente se acabam por si só... Obra do tempo... Quantos muros em mim mesma já não derrubei, mas não sozinha, não seria capaz sem o nosso arrastado passar do tempo. E quanto à morte, será o escuro? Só consigo imaginá-la assim, tal como imaginava a cegueira negra, mas há quem sustente o contrário... Não posso contar com muitas certezas, lembro-me que o final do poema era feito de interrogações, questionamentos sem respostas, mas que talvez não precisem de uma, talvez sejamos capazes de sentir que nem tudo nos será revelado e que estamos à mercê do acaso e do tempo, ou do passar deste...
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