quarta-feira, 29 de julho de 2009

Redoma





Minha redoma de vidro, minha vida de bonequinha, minha visão límpida e sem perigo, intocável, inviolável... Há quem não tenha redomas? Há quem consiga chegar até o ponto mais consciente e sem entraves sem as redomas que construímos de propósito? Há redomas que fazem bem, sem dúvida, mas evitemos todas elas caso não saibamos ditingui-las!


"Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle..."

O que resta

Às vezes o que nos resta é esperar, quando tudo parece estar no fim, perdido.
Fim de carreira é fim de esperança, não tenho mais a esperança, nem a caixa de Pandora que todos ganhamos ao nascer, presente dos 'deuses-pais', tenho mais, foi jogada fora junto com os vinis, com os cadernos rabiscados, com meu casaco xadrez. Há amor em mim, mas não tenho amores. Sinto-me pessimista e me encontro um pouco aqui, assim, não preciso dizer mais, não é?

Garota Fastball, por hoje

Ontem descobri uma ‘banda nova’, Fastball, pensei que fosse de décadas atrás, a formação, pelo estilo da música, tudo me remetia a anos 70, 80. Assim que fui pesquisá-los constatei que são de 94, estão em período ativo ainda. O que me chamou a atenção foi somente uma música, The Way, escutei-a duas vezes no rádio e ela me deixa em um estado espiritual tão gostoso, gosto tanto de cantá-la a plenos pulmões! Há tempos não ouço músicas no rádio e os rocks mais antigos têm sido a minha preferência ultimamente, portanto a noite-madrugada me atrai mais nas ondas sonoras, sou um pouco ‘indie’, ‘alternativa’ com músicas, música alimenta a ‘alma’ e a minha tem traços hippies, é o que tudo indica. Neste momento escrevo ouvindo Beirut, é uma delícia para descansar, para pensar, viajar, gosto de Beirut especialmente quando estou sozinha. Tenho a necessidade de músicas novas, de trilhas sonoras para meus dias... Sou uma garota cinematográfica, gosto de beijos na chuva e de batom vermelho, sapatinhos de boneca, luzes...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mom

"Estou cansada de bater e ninguém abrir"

À minha mãe que escuta a frase todos os dias de mim...
Às vezes preciso dizer à ela que fique bem, que não se preocupe, pois eu também estou bem, apesar de mim mesma...

Mas estou cansada.

Estou prevendo errado?

Quero aprender a dar um tempo.
Sou a favor dos tempos.
Quero aprender a me dar um tempo, tempo para me por no lugar, estou longe, tão distante do que eu era, da garotinha, estou de luto da garotinha faz algum tempo, mas hoje dói mais.
Sou uma garota mais tensa, mais cheia de vícios sem motivos, mais sozinha.
Quem consegue rir por muito tempo, quem consegue ir ao circo e rir sinceramente? Não há mais graça que não seja previsível.
Previsível vida, pais, amigos, músicas, almoços, cafés, palavras; preciso de tempo, para desabituar-me de prever.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Pessoas

É interessante como precisamos de algumas pessoas para viver, mesmo que elas sejam substituíveis, há sempre um lugar e ele não pode estar vago.
Não vivemos sozinhos, mesmo se nos tornamos auto-suficientes, a independência não nos tira a necessidade do contato.
Difícil admissão.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Milk & coffee


Hoje fui à única cafeteria de Patrocínio com um amigo, foi bem súbita nossa decisão de entrar lá, mais minha que dele... O café estava bom, não digo excelente, pois prefiro o meu... Mas o chantilly torna tudo um mínimo gostoso. Hoje me senti um pouco eufórica e até decidi fazer algumas ligações para pessoas com quem não falava há algum tempo. Assisti ao filme Milk à tarde e achei-o muito bem feito, muito bom de assistir e como Sean Penn é um excelente ator ficou mais que evidente em um papel tão difícil e 'controverso'; indico a todos o filme e uma cafeteria.
Não consegui explicar nada do que queria nos telefonemas (prefiro dizer telefonemas a ligações), não consegui mesmo contar de modo coerente minhas ânsias e os últimos acontecimentos ao meu amigo, mas estou bem, estou me sentindo protegida de alguma forma, não sei bem pelo que, por quem, vale a sensação...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Oasis

Catch the wheel that breaks the butterfly
I cry the rain that fills the ocean wide
I tried to talk with God to no avail
Called him up in-and-out of nowhere
Said "If you won't save me, please, don't waste my time"

Oasis tem sido uma banda que tem me acompanhado durante minha adolescência, as músicas sempre me dizem algo e já cantei-as ao meu último volume... O último CD deles Dig out your soul demorou a me pegar, a me despertar sentimentos, porque música sempre desperta, como os anteriores...
Tenho cantado a estrofe acima displicentemente, embora eu sequer converse com God.

Luzes

É engraçado como a vida me faz ser superticiosa, além dos últimos encontros e desencontros das últimas horas hoje fiz uma caminhada repleta de sinais... Sinais na minha cabeça, claro.
Ao caminhar à hora do crepúsculo decidi comprar uma revista, acho que chama-se Língua, nunca li nenhum exemplar da mesma, mas a revista não cabe na minha narrativa, a não ser que eu só tinha a ela para me segurar...
Ao voltar a passos ligeiros para casa, à meia luz, à luz nenhuma, encontrei uma árvore antes frondosa e que agora não tinha sequer uma folha em sua antes 'copa', antes de dar de cara com a depenada árvore passei em frente a uma casa que acendeu e apagou a luz do alpendre, deve ter queimado, mas não havia sinal de vida (humana) na rua e na casa que estava com as demais luzes também apagadas; após passar a árvore que possuía o tronco tão torto que quase fazia noventa graus em sua envergadura outra luz, e atente para que a rua em que passava não havia vivalma e era muito mal iluminada, agora vermelha, não sei de onde, poderia mesmo ser um relâmpago se o céu não estivesse estrelado. Em seguida a jovem garota desprotegida, em uma encruzilhada topa com um senhor de chapéu branco, achei o cúmulo o chapéu refletir tão bem qualquer luz, que estava bêbado e gritando (não pude distinguir as palavras), acho que ele me viu e depois de fazer um elogio típico de homens no 'cio', sim, há homens em 'cio' constante, especialmente bêbados, se desviou pois eu devia estar com uma expressão inocente e desajeitada para que ele tivesse coragem de aproximar-se... Ainda encontrei um menino todo tatuado que puxou assunto comigo, mas isso é o de menos... Minha caminhada foi interessante, principalmente por eu ter saído com a ideia de arejar a cabeça, pensar em nada ou pensar em meus assuntos mal resolvidos. Assuntos que eu mesma crio. Mas luzes não me faltarão, literalmente.

domingo, 19 de julho de 2009

Patos

Patos, jornal, prima... Sol!
Sei que hoje há um show, show de bandas independentes de Rock no teatro daqui (Leão de Formosa) (?).
Não sei se irei, mas queria que minha estadia aqui em Patos fosse mais cultural que o cinema...
Sugestões?

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Cinza-verde

Outro dia sem chuva, outro dia, enfim.
Surpreendo-me em pensar em doar órgãos e olhares, pensar em sorrir ainda...
Só ideias, só divago.
Outro dia, posso torná-lo cinza, tão cinza quanto meu gosto.
Gosto do cinza-verde, aquele do céu que promete, que me jura.
Jura um sempre inverno, mas não sempre frio.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Quanto ao verbo agir

No final do dia tudo o que você tem é amanhã de manhã.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Colchão d'água

"A vida deveria ser um colchão d'água!"
Acabei de ler em um de meus cadernos a metáfora de minha autoria; e eu a expliquei lá. Parece que foi há séculos, mas pode ter sido ontem o tempo em que minhas ideias eram menos nebulosas. Colchão d'água, mole, moldável... Cabendo a nós estourá-lo ou deixá-lo se romper espontaneamente.

Do Anything


Sidarta

Sidarta de Hermann Hesse é um excelente livro, motivou-me a "pensar, esperar e jejuar", mas não denotativamente, a ideia me valeu, consegui reorganizar-me junto à Sidarta... As metáforas e analogias são interessantes, mas a busca pela espiritualidade sem doutrinação é a vertente chave da história.
Vale lembrar que ele, o personagem, não é o Buda em si, mas vive em sua época.

Convivência

Minha irmã excluiu meu programa de baixar músicas hoje... E não foi sem querer! Motivos à parte, como é difícil conviver com as pessoas, mesmo as que conhecemos, as quais vimos superar tudo e ajudamos na superação diária... Com as quais vivemos uma vida!

domingo, 12 de julho de 2009

Maybe


Chico

Chico Buarque me faz bem...
Li "Calabar", livro de Chico Buarque e Rui Guerra há um tempo e suas músicas nas páginas me extasiaram, já as conhecia, mas lê-las entre as falas das personagens deu-me uma sensação diferente... Chico tem a a capacidade de me deixar próxima da vida, mesmo com os desapontamentos dela, fico perto e bem por saber que tudo tem que acontecer e tudo é melodia.


"Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos

Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama"

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"Amo tanto e de tanto amar
Acho que ela acredita
Tem um olho a pestanejar
E outro me fita
Suas pernas vão me enroscar
Num balé esquisito
Seus dois olhos vão se encontrar
No infinito
Amo tanto e de tanto amar
Em Manágua temos um chico
pensamos em nos casar
Em Porto Rico"

sábado, 11 de julho de 2009

Óculos


"And in the first moment of her
waking up
She knows she's losing it, yeah she's
losing it
When the first cup of coffee tastes
like washing up
She knows she's losing it, oh yeah
she's losing
Oh yeah she's losing it"


Não me contive, tive colocar minha foto com o óculos que achei na casa da vovó!

Ele tem lentes vermelhas e me dá a sensação de que estou há uma década atrás... Aliás, duas!
Essa foto, com essa cor me deixa emoldurada nas fotos instantâneas que minha mãe tirava... Como estou parecida com ela!

Saudade

Saudade de ler Dostoiévski, com tantos livros de escola meus autores estão sendo abandonados.
Saudade de assistir a filmes com minha mãe. Lembro-me de assistir "E o vento levou" e chorar junto a ela quando Scarlett O'Hara ficou sozinha... Perdera seu amor e definitivamente. Sempre tive medo de que o mesmo acontecesse comigo, por isso chorei.

No meat

Hoje decidi tentar parar de comer carne (novamente).
Minha primeira tentativa durou dois meses, mas fracassei. Acho que o problema não é o vacilo da força de vontade ou a necessidade, o desejo de come-la, é a questão cultural. As refeições são sempre acompanhadas por carne e as pessoas por achar que estão fazendo o certo, o bem à saúde alheia nos obrigam a aceitar um pedacinho de proteína bem passada... Minha mãe por exemplo acredita que ficarei anêmica sem a carne, mesmo tendo consciência de que existem outras fontes para suprir qualquer necessidade proteica. Tentarei ser firme, pela minha saúde e por minha atenção aos nossos companheiros animais.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O mundo anda tão complicado

"Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperto o passo por causa da garoa
Me empresta um par de meias
A gente chega na sessão das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanhã é a sua vez"

A nostalgia me pegou hoje, de um passado não muito distante musicalmente, sequer passado, de um descobrimento; essa música em especial me faz pensar em como seria constituir família, como seria decidir-me por uma vida pacata, de pouco luxo, por escolha, por estilo, ter tempo para fazer coisas pequenas e divertidas que só são possíveis com uma pessoa por quem o "interessante" nunca se acaba, não o interesse, o "interessante" mesmo...
Minha mente por vezes fica embaraçada quanto ao tipo de vida que quero levar, costumava conversar sobre isso com uma amiga minha, eram conversas esclarecedoras, expúnhamos nossos planos na época e a vida com menos riqueza material nos parecia mais rica de ideais, de morais, de sentido... Claro que a riqueza material não influencia no caráter e pensamento das pessoas de forma direta, há outros fatores de "risco" nesse caso, mas a escolha por um caminho com "menos" parece-me mais eu, mais simples... Até porque tudo é consequência, prefiro não preocupar-me mais que o necessário com o "fazer dinheiro", há tantas outras coisas que me absorvem e importam mais...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Tired

Estou um pouco descrente (sou descrente por natureza de alguns pontos, todos sabem...), mas estou descrente do meu futuro de "labor"... Quero só passear, sentir e não me justificar, estou cansada, esgotada...
Hoje dei aula de dança, participei do grupo de teatro e conversei com pessoas interessantes, novos ares para que eu pudesse respirar profundamente, às vezes sinto falta da liberdade que há no não fazer mais do que o mínimo, a sensação de que se é livre com pouco, só com uma despretensiosa conversa à tarde com o riso do outro... Foi uma delícia ensinar algo que não envolvia o decorar das fórmulas e sim o natural movimento do corpo, cabelos, braços, pernas... Melhor ainda é estar entre pessoas, as quais não preciso satisfazer os desejos, há a complacência, a comunhão em que nos subtemos, todos nos agradamos mutuamente, nos completamos por não precisarmos de nada além da presença do outro, sem palavras, sem pensamento, só a presença, o contato...

Preço


Manhã

Hoje fiz algo interessante, diferente, minha cabeça dói um pouco agora... E logo de manhã...
Será que nos nossos momentos cruciais nos tornamos pungentes e pujantes (e a nós mesmos)?
Momentos cruciais = momentos de risco, de arisco, de petisco (e de quantos trocadilhos...).

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Just like Rachel

I think in the stars, no,no in the sky
but not like I did yesterday
There is something in my mind
that I can't get through and I'm through
I'm just, oh just, a girl
And how much it means now
today, even without sky
even that no shine
I don't shine if you don't shine
I don't mind if you don't mind

Decidi escrever em Inglês, por ser um dia propício, não quero arranjos em Português hoje, estou na escola agora, intervalo, sinal, consigo ser mais musical sendo estrangeira...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Enrubecer

Como nossas relações frágeis, tênues, instáveis nos fazem bem mesmo "procriando" nosso ninho interior de insegurança. Já pensei e desconfiei de muito de mim que foi doado aos meus amigos, sei que tais partes não são minhas mais, emoldurei-me nelas, e como estou pintada, quanto rouge, não posso enrubecer tanto...
Conhecer e ter o outro é quase o mesmo, mas não desconfiamos, eu não desconfio, de que no dia em que estamos nos doando o outro não está disposto a se dar, há dias certos, por isso o desencontro dos choros entre os amigo, não é por falta de afinidade. Acredito na amizade, as poucas, mas como somos todos frágeis e pouco compreensíveis, uma agulha é uma arma, uma agulhada a morte prematura.

Seu vento


Sei que você é livre e possui o vento, só pessoas livres o tem, clichê, não quero deixá-lo menos, mais, meio, quero andar ao lado, quero caminhar.
Não há pedras no meu sapato e não preciso andar descalça para reconhecer a trilha, hoje vesti-me de vermelho por pura imagem da provocação infantilmente conduzida, quero tentar-te a me dar seus olhos, sorriso, sua precisão, sua senha secreta ainda. Sussurre, pois.
Estou escrevendo, outra vez você diz, mas estou perdendo meu jogo favorito só por ti, como consegue tanto de mim? Lá fora, aqui dentro, lá dentro, sinto que você é realmente um homem que não quer chegar, só ir contra esse nosso vento, cortante, só vestir couro cru, só comemorar dias onomásticos com drinques vermelhos. Não provoco mais além, sei que me quer por partes, no jantar, talvez café, não, não quer café, no mais enjoa, vertigina você diz, não é necessário, nem musical.
Meu caro, gosto da sua expressão, escrevo com mãos, unhas, carnes, sei, sim eu sei, que você tem o vento, prometo contentar-me com ser contemplada com sorrisos e risos e cabelos negros ao vento, ao pélago de que se aproxima, vou ao lado, mas mantenho distância, quero só olhar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sunday morning


Queria um dia só para eu tomar café, tomar chá, tomar ar...
Queria um dia que fosse só manhã de Domingo, o dia todo.
Há tempos acordo com o som do dever e a vida é dever, a vida é dever e é Domingo de manhã, sem sinos, sem tempestades, feita só de árvores e sombras . Queria e quero muitos Domingos de preguiça e de sossego, o sossego do calor, do café e do sol.


Lonely Karl


El mundo

"El mundo es la totalidad de los hechos, no de las cosas."
Ludwig Wittgenstein

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tropicália


"Caminhando contra o vento
Sem Lenço e Sem Documento
No sol de quase dezembro
Eu vou..."

"Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento,
Eu vou..."

O movimento Tropicalista ao contrário do que muitas pessoas pensam hoje não era um movimento de contestação ao regime em voga em seu tempo, a ditadura. A Tropicália buscava inovações estéticas radicais, buscava a quebra de padrões, visava a liberdade de expressão, a liberdade na inovação da música e na cultura. Seus criadores, seus componentes lutavam pela possibilidade de usar e abusar de suas invenções, de seus novos instrumentos... Mas no contexto da ditadura a repressão de qualquer comportamento que não respeitasse a ideia de "cidadão-soldado", que desobedecia os padrões sociais era regra. A revolta portanto nas letras, o caráter de protesto (ainda que não de engajamento primordialmente) ganha espaço...
No trecho acima da música "Alegria, alegria" de Caetano nota-se a subjetividade do "Sem LSD", como grito, afirmação de que eles não eram um bando de alternativos, subversivos, drogados segundo a taxação do governo...
E no trecho "E eu nunca mais fui à escola" pode-se fazer um paralelo com a retirada de disciplinas como a Filosofia e Sociologia das escolas, bases do pensamento crítico de um cidadão, bases do ensino que buscam incitar o desenvolvimento ligado à contestação... Portanto a escola não é mais um lugar para se gerar pessoas sábias, somente treinadas... E treinadas a dizer sim, e sim senhor...
Há várias partes na música que revelam quão ricas são nossas fontes culturais de tal período e quão importantes são essas pessoas que lutaram pelas nossos direiros... Pessoas que ainda estão aí, ao nosso lado, pessoas que não se fazem mais. Onde há revolta além das reminiscentes greves pouco dotadas de planejamento e argumentos contestativos como a da USP? As mobilizações sociais perdem aos poucos seu espaço, perdemos todos com isso, perdemos direitos que nos são tomados aos poucos, subtraídos sem nosso conhecimento, não há pessoas politizadas em nossa nova geração como nas dos nossos pais, avós... Há informação, mas o interesse, a Tropicália, estes não voltam mais...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Veneno

Estou suspensa, assim como minhas mãos estão congeladas. Não sou alegre nem sou triste, sou viva (não sou poetisa), o que me envolve com a capa do perigo. Sou perigo e respiro perigo. Empacotadas as pessoas não aprendem, quem aprende é quem se despe (de tudo, sem vexação).
“Não quero faca nem queijo, quero fome!” diz Adélia Prado. Pois tenhamos fome, de nós mesmos, do outro, devoremo-nos, felizes "à mesa", suprindo nossas necessidades vitamínicas, do corpo que é também espírito, que é cabeça antes de tudo, e que é dor, somos dolorosos, seres pungentes, em nossos derradeiros momentos de conhecimento, somos (e não “estamos”) todos envenenados nesses momentos. Veneno que procuramos, assim como a paz, assim como o ar que também nos mata aos poucos, veneno que não queremos achar, pois quem procura quer é procurar.