quinta-feira, 23 de maio de 2013
Carolina tinha os cabelos castanhos e a pele amendoada, não os olhos, os olhos eram cinzentos, ah, as janelas da alma! Carolina acorda as seis da manhã e passa batom cor carmim para ressuscitar a alma, não quer mais trabalhar em pronto atendimentos, acredita que a vida seja natural assim como a morte. Entretanto, se sente com o ego ferido, esfaqueado e para não entrar em choque tenta um último paliativo, vai contra suas próprias regras, vai contra seus princípios, Carolina tenta usar o véu humano da sobriedade, talvez ela consiga comer ou se sentar à mesa, com algum esforço. Os olhos fundos estão sendo cantados e encontrados por aí, Carolina não ama ninguém e talvez queira não ser amada, Carolina quase come as pessoas em seu sortilégio de cada dia, talvez tenha se perturbado com sua fraqueza diante de uma semana mal vivida, uma vida de aprendizado para uma queda tão vil. Carolina quer se esfaquear, mas não sabe fazer isso, tem asco do próprio sangue e da própria desilusão previamente criada para que chegasse a esse ponto de despersonificação induzida. Carolina não tem nome, deveras, só cadernos e rascunhos pretensiosos. "Carolina, com seus olhos fundos, guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo."
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o mundo é muito mais que isso...a vida é rápida,e em pessoas que te amam...sorria, você esta sendo filmada...te amo, você nem imagina...
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