segunda-feira, 22 de abril de 2013
Arrebol de outono
Acreditando em acasos e ocasos ela se penteia e se pinta, usa fitas e borda a noite, talvez ela não saiba que a ilusão óptica é mais do que física, é toda a sua significância em uma mente que se projeta. Espera por um animal qualquer, deixa o fogo aceso e talvez faça alguma bebida quente, para não se sentir sozinha; pela janela folhas amassadas e secas, alaranjadas como o ocaso pelo qual espera e se pinta, a mesma cor, e as folhas têm os mesmos tons, e assim a chama, e assim sua polidez de cada dia. A física não lhe permite mais do que a enternecedora cor e calor de cada raio de luz, talvez seja melhor contratar pessoas que instalem cortinas, ela não é capaz. Anoitecendo a cortina se resolve, não precisa existir, e ela só pensa na manhã, cujo arrebol já não é capaz de a esquentar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário