terça-feira, 30 de junho de 2009

Sutilmente

"E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce"

Mesmo que eu ache as letras mais antigas do Skank mais louváveis, as de crítica social que normalmente não são entendidas como tais pelo público, subjetivas demais ou porque música tem a tendência de ser "só música" para alguns, essa música é tão enternecedora... Ando sentimental, mas nada como uma música que lhe mostre como a interação com alguém que se ama é bonita, de beleza, a beleza além da estética e com a estética, proclamada e alcançada por alguns de nossos artistas, de sutilidade...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Infidelidade e traição


Traição e infidelidade nem sempre são sinônimos...
Nasce-se o filho e o pai sente que há certa "infidelidade" da mãe... Sentimento em detrimento do amor repartido, com o outro, com o filho. Ontem ouvi um psiquiatra e psicanalista afirmar que a incidência de traição dos maridos se dá em nível absurdo no período do nascimento à um ano do primeiro filho. Uma espécie de prevenção a ser ele o primeiro traído.

A ideia de perda, falta de atenção é mensageira primeira, mesmo que pouco confiável, para o desconfio da possível infidelidade. Mas ser infiel não é trair.
Infidelidade é a usurpação ao pacto, à consideração com o outro, é a falta de respeito e sinceridade... Traição é somente o ato final, a consumação da infidelidade na maioria das vezes, mas trair é um ato isolado, súbito por vezes, impensado... Tanto que pode-se trair e ainda ser fiel, delatar a própria traição à pessoa traída é lealdade, ainda que torta, ainda que permeada pelo erro.
A fidelidade conjugal ( a monogamia, o compromisso sem volta) pode ser comparada, em sua instituição, com a instituição de princípios religiosos, de disciplina, educação necessários para a manutenção da boa convivência, da boa moral. Mas e a traição para consigo mesmo em virtude da manutenção da fidelidade "moral"? Deve-se levar em consideração antes a fidelidade ao próprio desejo? Por que há momentos de impasse e não se deve simplesmente sufocar uma parte dele sem entendê-lo.

domingo, 28 de junho de 2009

Euforia


"Now you don't talk so loud
Now you don't seem so proud"

Perder a euforia que já se teve na vida é sinal de maturidade ou conformação?

Acordada

Acordei hoje com o instinto altruísta que nunca tive.
Não sei ao certo o que me aconteceu, meus sonhos nunca me dizem nada que eu não possa saber durante o dia, afinal sonhamos com o que conseguimos guardar durante o dia, as impressões...
Estive pensando que há pessoas morrendo agora, minha mãe disse que há milhares nascendo também, mas há mortes prematuras, desnecessárias e foi com essas que acordei hoje... Acordei e senti quão egoísta sou, quão meus problemas são infimamente menores que a fome, a falta de estrutura, de tudo de algumas famílias... A ideia de fazer Medicina se aviva em mim nesses momentos, mas não sou uma pessoa altruísta, sou sensível emocionalmente, mas não sei se é um impulso ou uma epifania, um sopro de consciênia que chega e se esvai como todas as principais atitudes adolescentes ( a de adolescentes normais)...
É necessário que se comece pelo próximo mais próximo quando se quer "começar" e por vezes deixei de o fazer... Talvez ainda haja esperança para mim e para as pessoas, como já disse cabe a cada um decidir seu futuro e o que deixará de sua vida, o que valerá tudo isso afinal. (?)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Tempo

Sobre o tempo...
Meu pai cita um poema do qual me lembro apenas do início, assim começa "O tempo que move o muro, a morte será o escuro?"
E há algo relativo ao olhar de alguém ainda...
Mas este início por ter sido tão repetido em meus momentos caseiros deixa em mim marcas de pensamentos, desde pequena tenho pensado em algumas máximas que meu pai costuma citar, essa em especial dá-me muito de inspiração, é possível associar o muro com nossas barreiras interpessoais de todos os tipos e ainda com nossos legados físicos, muro de Berlim, muros de casas, muros que se erguem e que são derrubados ou simplesmente se acabam por si só... Obra do tempo... Quantos muros em mim mesma já não derrubei, mas não sozinha, não seria capaz sem o nosso arrastado passar do tempo. E quanto à morte, será o escuro? Só consigo imaginá-la assim, tal como imaginava a cegueira negra, mas há quem sustente o contrário... Não posso contar com muitas certezas, lembro-me que o final do poema era feito de interrogações, questionamentos sem respostas, mas que talvez não precisem de uma, talvez sejamos capazes de sentir que nem tudo nos será revelado e que estamos à mercê do acaso e do tempo, ou do passar deste...

Chacal

"Só o impossível acontece
o possível apenas se repete."
Chacal

(Mas quem se habilita hoje em dia a ousar o impossível? A vida é demasiado perigosa para tanto...)

Sentido

Os homens vinham e havia um caminho.
Continuavam, e o prumo os esperava,
e eles seguiam acreditando nisso:
sempre rumar – sempre sempre sempre.

Os homens nunca chegavam a algum lugar,
mas iam eternamente em busca de,
pois não queriam nem suportariam
entender a verdade do lugar nenhum.
José Inácio Vieira de Melo

Sempre a questão de quanta verdade se pode suportar... :)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Too many books



(O que seria de mim sem meus autores???

O que seria de mim sem meus textos? Todos os meus tipos de textos...)

"As revistas

As revoltas

As conquistas da juventude

São heranças

São motivos

Pr'as mudanças de atitude

Os discos

As danças

Os riscos da juventude

A cara limpa

A roupa suja

Esperando que o tempo mude"

sábado, 20 de junho de 2009

Mr. Leminski


"Um dia desses quero ser
um grande poeta inglês
do século passado
dizer
ó céu ó mar ó clã ó destino
lutar na índia em 1866
e sumir num naufrágio clandestino"

Paulo Leminski

“Das coisas
que eu fiz a metro
todos saberão
quantos quilômetros
são
aquelas
em centímetros
sentimentos mínimos
ímpetos infinitos
não?”
Paulo Leminski

Changes


Estou com a sensação de "estou mudando", engraçado, todos estamos mudando, uma verdade óbvia, mas sentir isso é tão raro, é preciso estar em um dia especial, mesmo que a sensação não seja confortável é especial. Estou me sentindo mais velha, além da sensação física há o contraste dos meus pensamentos... Há um ano atrás eu não tinha dimensão de quão diferente posso ser em momentos diversos... Não quanto às atitudes que venho a tomar, mas quanto à maneira como analiso as situações, à posição que adoto, a particular. Lidar com as mudanças que estão por vir e que já mostram-me sinais é mais difícil agora que possuo escolhas e que estou cercada por mim, creio que sou muitas... Quando se é criança não há muitas decisões a se tomar, ou não pensamos nelas... Definitivamente, não pensamos nelas. Não sei em que quero confiar, mas preciso de algo para confiar, estou me sentindo velha.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Simplesmente nós...


Percebo que há pessoas para as quais hoje só existe um critério para se dar um rumo em nossas vidas: o prazer, a utilidade, os interesses. Somos pessoas laicizadas, secularizadas, que não se interessam por mais nada, além do interesse próprio (e ainda a curiosidade).
Jean-François Lyottard disse: “O tempo das grandes narrativas terminou, ou seja, o tempo do liberalismo, do capitalismo, do socialismo, do comunismo, das filosofias da história terminou.” E hoje em dia entramos em um mundo no qual somos mais sensíveis, em termos aparentemente privados, para ver as coisas, como a maioria das pessoas vê. É uma lástima a perda de identificação com a “idéia comum”, mas há benefícios, claro, embora o sentido antes considerado “amplo” e “digno” de uma vida seja substituído por uma vivência de passagem, de passeio, quase de “subsistência” cultural, intelectual, espiritual...

domingo, 14 de junho de 2009

Pensamento

Um pensamento falsamente arriscado dá um certo estilo confortável de rebelde romântico quando não passa de papéis pintados com tinta. O risco é menos atraente quando consideramos o pensar que afeta as nossas vidas porque afeta as nossas decisões, o pensar acerca de questões de vida e de morte, o pensar que faz a diferença entre uma vida feliz e uma vida desgraçada. Não é absurdo, à partida, preferir a tradição e a autoridade à prova e à razão. Parece mais promissor e menos arriscado.

Contudo, isto é uma ilusão. Pois apesar de ser natural e racional confiar nas pessoas mais velhas e sábias, não devemos confiar cegamente nelas; devemos estar atentos às provas e às razões porque a alternativa não é muito recomendável. As pessoas erram; e as pessoas mais velhas e sábias também são pessoas.

Love (?)


Considero essa imagem uma crítica tão sutil...

"In love why?" é sua pronúncia...

Só se vive uma vez


"Ten decisions shape your life
You'll be aware of five about
Seven ways to go to school
either you're noticed or left out
Seven ways to get ahead
Seven reasons to drop by..."


Esse pedaço de música me lembra que ainda sou uma "teen girl" e que tenho sentimentos sobre muitas coisas, sentimentos que se afloram por muito pouco, por nada, não tenho controle sobre eles... Enfim, dez dcisões que moldam minha vida e sobre as quais eu não estou muito atenta... Será que já tomei metade delas? ( Se sim não me dei conta)

:/

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Rubem Alves


Imaginem meu estupor ao notar que Rubem Alves estava falando comigo?
Estava olhando algumas crônicas do autor e deparei-me com a de nome “Muito cedo para decidir”, e ao final do texto leio as seguintes palavras:“Assim, Raquel, não se aflija. A vida é uma ciranda com muitos começos.Coloque lá a profissão que você julgar a mais de acordo com o seu coração, sabendo que nada é definitivo. Nem o casamento. Nem a profissão. E nem a própria vida...”
Rubem Alves aconselhou-me com todas as letras sobre meu assunto, minha angústia principal dos últimos meses. Rubem Alves, tive notícias, virá a Patrocínio ao final deste mês, este foi o principal motivo da minha busca por seus escritos... Estou ansiosa por meu encontro com um autor que me veio ao encontro hoje...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Jovem contemporâneo, contradição.


Hoje, conversando por alto com um colega, percebi quão desabituadas estão as pessoas com o prazer, aquele tranportador, aquele chocante, que a literatura, a boa, a livre de paradigmas (e de pieguices) proporciona a quem possui um mínimo de sutileza para com o significado além das palavras. Ainda nessa conversa (tomarei-a como base, embora minha opinião se aplique a situações das mais triviais possíveis) notei quão moralistas são as posições que as pessoas se apressam a adotar e apresentar como suas "norteadoras". Moralistas no sentido mais católico, portanto auto-repressivo. A "moral de rebanho" elucidada por Nietzsche aplica-se à turba com extensões, e profundidade, incomensuráveis em nosso século.

A abordagem e posicionamento de jovens acerca das questões que buscam uma análise posicional quanto a temas polêmicos relativos às atitudes, às decisões, aos princípios que regem o comportamento social, têm sido cada vez mais conservadoras.

Volta-se o "namorar com permissão", a reprovação às comunidades alternativas, a censura às

liberdades consideradoas "desregradas" das escolhas por imagens chamativas e ao descaso diante da opinião pública. Não estou a defender sociedades ou hábitos, quaiquer que sejam, abstenho-me a apontar como as gerações alternam-se na primazia de certos valores. O esperado nem sempre se concretiza quando lidamos com o psicológico humano. A criação e o cenário mundial, de desenvolvimento, descobertas, ampliações em geral em que estamos inseridos, nós adolescentes e jovens de hoje, tinha como previsões o impulso às liberdades e à uma maior compreensão, aceitação do novo, alternativo, independente, do controverso, do desgarrado, do antes considerado subversivo a padrões por arbitrariedades... Entretanto nota-se que uma obra literária com enredo mais denso, mais realistas (ou revelador), crítico e sem eufemismos quanto às interações homem-mulher, pensamento-ato, situações descarnadas, desprovidas de floreamentos ou enternecimentos quanto a amor, sexo, opinião, às vicissitudes rotineiras que cada um enfrenta mas com menos amenidade na descrição, estes provocam mais estranheza aos nossos adolescentes do que aos de meio século atrás.

A que se deve tais posições? À alienação ao percurso, sucessos, aberturas já conseguidos em prol de nossa liberdade? Em parte creio que sim... Mas haverá argumento mais contundente para a persistência de conceitos antiquados nos moldes contemporâneos?

terça-feira, 9 de junho de 2009

No choice now

Escolhas...
Elas não poderiam me faltar, não podem deixar de perpassar toda as minhas ideias e apreensões... Cá estou eu a falar delas...
Não sei o que quero seguir na minha vida, no meu "foco"...
Não sei, mas tento, procuro, só que não é falta de informação, é decisão... Os utilitaristas acreditam que quando uma pessoas possui todas as informações sobre um assunto ou acerca de um problema, ela só pode ter uma opinião, a certa... Mas a "informação" não me diz que possuo uma escolha melhor e que consigo apreender qual é ela... Não é relativismo em excesso de minha parte, é talvez insegurança, fraqueza, mas é ainda medo de ceder, ceder o que não tenho dimensão de quanto me vale.
Quantas noites sem dormir!

(Meu caro...) Alberto Caeiro


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Insônia


Future



Não gosto muito de ONGs e suas respectivas "derivações", mas acredito que devamos cooperar por um futuro menos egoísta... menos prejudicial, menos esbanjagor, destruidor...

Como chegamos a este ponto, não é mesmo?

É válido o "Cada um faça a sua parte!", sempre foi assim, só que nos desligamos... perdemos um traço de humanidade em meio a tanto "progresso"...

(A garota que não gosta de ONGs^^)

Homero e Aquiles.

"É sempre como foi com Aquiles e Homero: um tem a vivência, a sensação, o outro as descreve."
Homero não sabe se suas histórias, suas paixões podem de fato ocorrer, há mitificação no que ele próprio acredita ser verdade, possível... Por isso nossas desilusões, acreditamos nos "contos", na criatividade alheia! Como não percebi antes(?)
Mas quem morre melhor? Quem vive melhor?