quarta-feira, 31 de março de 2010

Momento misantropo


Eu-seu-meu-Lírico

Toda passagem é passível de captura
Noto cada intervalo independente de sua duração
Noto com cada pedaço do meu corpo
Não estou tendo dias felizes, não noto, adivinho
Consumo-me nos fonemas
Que ouço, há melodias que esfaqueiam
Os pedaços que citei
Gostaria da companhia de alguns amigos
Gostaria e gostaria no agora que também passou
Estou maculando-me com tanto cinza
Com tanta filosofia barata
E com meu sentimento desdirecionado
Quando me deixo pensar, questiono se
Há histeria por toda parte ou só
Na parte que me cabe, mas arrebenta
Já pensei em tentar algo concreto,
O concreto sempre define a tal da virtude
Esses todos atributos mundanos valorizados
Mas basta de falso heroísmo,
E ser educada basta, é o analgésico universal
Não julgo mal a quem não se envolve
Se há proximidade, há troca,
Há simplesmente,
E há quem não queira haver
Com a dor
Do eu-outro, do eu-seu-todo meu
Ligada ao prazer ou não, claro, não-ligada

terça-feira, 30 de março de 2010

Tentando mudar o dia de lugar, ela construiu e fechou janelas.

Ode a outro

Encontrada Alice, perdeu-se tudo
O caminho desintegrou-se
A mente sossegou-se
O grito tornou-se surdo-mudo

Encontrada a promessa, terminou a luta
Fez-se da noite arrebol
Do pardal, rouxinol
Da vontade, ode irresoluta

Feche para deitar-se
Não coaja, ou ameace
Encontrada! Eis o enlace

Mas, perde-se no lodo
Descobre-se engodo
Assim é Alice, odeia Haroldo

terça-feira, 16 de março de 2010

Crua

Estou prestes a descobrir qual a erística adequada para momentos de obstinação comigo mesma.
Nesse momento me recuso a seguir minha vida como de costume e apesar de estar tentando fazer um simples arroz para o almoço nada na vida concreta me impele mais à praticidade. Leio Bravo! e leio Cult enquanto faço poses de dona de casa, de adulta, de mulher sem razão no íntimo, e leio nada além de meus anseios de buscar lugares que não existem, pintados por estranhos.
Recomeçarei o blog, não sem drama, não sem desejos, não sem a parte da minha vida, a mais crua de cada dia, a mais inteira, sem partes, pois.